segunda-feira, 16 de junho de 2008

Quase vinte anos...!

1988, para muitos, não foi um ano memorável. O mundo ainda era dividido entre Leste e Oeste, URSS e EUA, Gorbachiov e Reagan. São Petersburgo ainda se chamava Leningrado, e George W. era apenas filho do vice-presidente Bush. O Muro de Berlim permanecia de pé, e nas aulas de Geografia decoravam-se nomes de países que hoje não existem mais, como Iugoslávia e Tchecoslováquia.

No Brasil, quase ninguém tinha ouvido falar de Fernando Collor, nem de Fernando Beira-Mar. Não havia eleição para Presidente. Aliás, não havia nem Presidente, apenas um “vice”, José Sarney, que herdara o cargo de Tancredo Neves.

Por outro lado, o Brasil tinha uma nova Constituição, recém-aprovada, a primeira depois dos Anos de Chumbo. Tráfico de drogas, seqüestros, assaltos, latrocínios pareciam (ainda) não fazer parte do nosso dia-a-dia. Mario Quintana escrevia no Correio do Povo, Senna era campeão da Fórmula 1 pela primeira vez, Cazuza e Renato Russo estavam no auge de suas carreiras...

Chico Mendes, Ulysses Guimarães, Gonzaguinha, Paulo Freire, Jorge Amado... ainda falavam, escreviam e viviam, na televisão e nas páginas de jornal. Carandiru era um presídio, não um massacre; Candelária era uma igreja, não o retrato de uma chacina...

Na nossa região, Lindolfo Collor e Presidente Lucena ainda não existiam – eram, respectivamente, Picada Capivara e Arroio Veado, localidades de Ivoti. E de todos esses lugares vieram os 48 professores que, no dia 19 de dezembro, fundaram a APMI. Naquele histórico encontro, foi eleita a primeira Diretoria, encabeçada pela presidente Sueli Teresinha Kunrath.

O estatuto foi aprovado dois meses depois, em 27 de fevereiro de 1989, ano em que se iniciaram os debates em torno do Plano de Carreira e da Eleição de Diretores, duas conquistas da APMI naqueles tempos. O “Fala, Profe!”, nosso jornal, começou a sair em 1990, já na gestão do presidente Jorge Miguel Erig, e no ano seguinte os associados fizeram sua primeira grande viagem, para Foz do Iguaçu. Em 1992, surgiram os primeiros convênios, proporcionando descontos para os associados.

Em 1993, com a saída dos professores de Lindolfo Collor, Geraldo Boll assumiu a presidência, e realizou-se uma grande excursão para Santa Catarina, para visitar a Oktoberfest de Blumenau e o Beto Carrero World. Quando Ivoti comemorou 30 anos, em 1994, a APMI esteve presente, promovendo um concurso de músicas e desenhos em homenagem ao Município. A presidente, na época, era Raquel Dilly.

Em 1995, em novo concurso, foi escolhida a logomarca da APMI, produzida pela professora Márcia Siebeneichler. No mesmo ano, no inverno, os professores viajaram para Montevidéo e Punta Del Este, no Uruguai. Uma excursão que deixou grandes lembranças, principalmente pelos misteriosos telefonemas recebidos por certas senhoritas... Ainda naquele ano, os associados foram assistir à peça “Bailei na Curva”, comemorando o Dia do Professor.

O professor Jorge Aloísio Knorst assumiu a presidência em 1996, ano em que, pela primeira vez, a APMI elaborou sua própria agenda, com a nova logomarca na capa. No ano seguinte, outro memorável passeio se realizou, desta vez para a Serra Gaúcha, com direito a queijo, champanha e passeio na “Maria Fumaça”.

Em 1998, já com Adriana Cristina Ahlert como presidente, os associados voltaram ao Beto Carrero World, depois de conhecer Curitiba e Vila Velha. Ainda nesse ano, foram celebrados os 10 anos da APMI, com uma grande festa, no dia 19 de dezembro.

De lá para cá, nossa Associação continuou crescendo. Cleris Beatris Wecker foi eleita presidente em 2000, ano em que foi aprovado o novo Plano de Carreira. Em 2002, Raul Dalla Barba assumiu a presidência, tomando a iniciativa de promover as Jornadas Pedagógicas da APMI, trazendo para nossa cidade palestrantes de renome: Ruy Carlos Ostermann (2002) e Tânia Fortuna (2003).

A ex-presidente Adriana Cristina Ahlert voltou a eleger-se em 2004, sendo reeleita em 2006. E, assim como em sua primeira gestão, quando comemoramos os 10 anos, a ela e sua equipe coube organizar a festa de 18 anos da APMI, que chegava à “maioridade”.

Em 2008, foi eleita presidente a professora Aline Fritsch, à frente de uma diretoria formada por pessoas jovens e cheias de idéias, com o “pique” necessário para levar adiante a missão da APMI, no ano em que comemorará seus 20 anos de existência.

A versão on-line do “Fala, Profe!” é um indício de que os tempos mudam, as tecnologias avançam; porém, o desejo de todos continua fundamentalmente o mesmo: que a nossa Associação represente os interesses da classe e, principalmente, sirva como elo de integração entre os professores – tanto os de hoje, quanto os que já não mais fazem parte, mas que, com certeza, guardam boas recordações do tempo em que nela conviveram.

Flávio Adolfo Tietze.

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